Terça-feira, 4 de Setembro de 2007
A Lenda
As Lendas da Parada


Muitas são as lendas que se tecem sobre a origem e nome desta terra. Entre elas, as mais coerentes e verosímeis, são as que podem ser corroboradas por alguns factos que efectivamente se constituem como provas verídicas.

  • Julga-se então, que outrora esta terra se chamava Aldeia de S. Domingos.

    Corria a época da monarquia, quando El-Rei decidiu que todas as aldeias bem abastadas deveriam pertencer directamente à sua pessoa. Deste modo, decidiu renomeá-las a fim de as poder identificar mais facilmente. E El-Rei assim procedeu. Substituiu então o antigo nome das aldeias pelo nome "Parada", como que a identificar um local onde o rei sabia que poderia "parar", pois havia muita riqueza e sustento a explorar. Ao analisar o país de lés a lés catalogou as diferentes "Paradas" através das localidades mais próximas. Assim, esta aldeia passou a adquirir o nome de Parada do Côa, devido à proximidade do Rio Côa e ao desejo de ostentação de El-Rei.

  • Outra lenda, talvez a mais contada de boca em boca, diz que o nome "Parada" proveio dos tempos que remontam às invasões francesas.
            Reza a lenda que a aldeia em questão era uma pequena terrinha de camponeses dedicados à sua profissão. Como a sua dedicação aos cultivos era a maior, as suas colheitas eram ricas e bastante diversificadas, pelo que, durante as alturas de comércio, abasteciam-se de algumas riquezas através da troca ou até mesmo da compra de objectos de valor.
            Por volta de 1810 deu-se a terceira invasão francesa e nada fazia prever a entrada das tropas de Napoleão por Almeida.  À medida que os franceses iam avançando por Portugal, preocupavam-se em devastar e pilhar tudo aquilo que se mostrasse valoroso. Deste modo, procuraram as terras que eram conhecidas por terem uma vasta produção e riqueza, que podia ou não provir directamente da terra. Ao passarem pelas aldeias circundantes da Parada, até à altura uma terra sem nome, ouviram dizer que os seus habitantes eram camponeses dedicados, mas, ao mesmo tempo, comerciantes abastados. Dinheiro e riqueza foi o mote, e os franceses avançaram sobre a pequena aldeia sem nome.
            Como nas pequenas terras as notícias correm depressa, todos os aldeões se reuniram e, através da entreajuda e cooperação, decidiram esconder todos os vestígios de riqueza, nomeadamente moedas de ouro, e outras peças do mesmo minério, naquilo que viria a ser a maior arca do tesouro da região: o barroco da Lapa Escura. Sem tempo a perder, deitaram tudo o que podiam para dentro daquele que é hoje, monumento figurante da paisagem granítica da Parada e seguiram para suas casas rezando para que os franceses viessem rápido e partissem ainda mais depressa.
            Os franceses chegam à aldeia sem nome e depressa a vasculham todos os recantos em busca de ouro e riqueza mas de nada lhes vale a busca pois nada encontram. Conversando entre si debatem a estranheza da situação, pois, supostamente a informação de que aquela terra era rica tinha vindo de uma fonte fidedigna. "Vamos então parar por aqui" - decidiram os oficiais. "Esperamos mais um dia para confirmarmos se não nos estão a enganar". E assim foi. Mais um dia esperaram e nada. Continuaram as buscas e nada indicava a existência de riqueza por aquelas zonas. Contudo, a sede de lucro era de tal forma exacerbada, que, para aflição dos aldeões, os franceses pernoitaram mais uma vez por lá.                 No dia seguinte, já cansados de serem tratados como meros camponeses, decidem partir depois de duas noites "parados" numa terra desprovida daquilo que mais lhes importava: riqueza.
            Assim que viram os franceses partir, todos correram em busca dos seus pertences deixados na arca geologicamente concebida. Mas, qual não foi o seu espanto quando se aperceberam que muitas das riquezas se tinham evadido no fundo tenebroso do barroco. Tristes partiram para suas casas com o pouco que conseguiram reaver pois tudo mais tinha sido "engolido".
            E foi assim que, devido à "parada" dos franceses, a terra de camponeses astutos e dedicados ganhou nome.
   
       
            Quanto ao "tesouro" diz-se que até hoje ainda por lá prevalece. Todavia, verdade ou mentira, até hoje nunca ninguém se atreveu a procurar...


publicado por paradadocoa às 14:06
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6 comentários:
De Melfice a 5 de Setembro de 2007 às 14:14
Muito bem organizada a informação sobre Parada.

Espero que continue assim, sei bem que importancia têm estes pequenos pedaços de cêu em Portugal....
De F! a 5 de Setembro de 2007 às 22:55
eh lá... tesouro?!

assim a coisa muda de figura!

vou já reservar o próximo voo para Parada City!

(ou é apenas uma maneira ardilosa de atraír turistas?)
De Daniela pv a 5 de Setembro de 2007 às 23:24
vale sempre a pena gastar alguns minutos preciosos da nossa vida para dar a conhecer ao mundo o q Portugal tem de belo... valeu Daniela estás de Parabens! excelente produçao
De Gonçalo Saraiva de FORNINHOS a 5 de Setembro de 2007 às 23:48
(okay assin o comentario ja nao é novo pq começa de maneira diferente)

Parada do Côa, soa me bem =P
Isto nao fica naquela zona em que tudo é relacionado com o Coa? "Nao sei que Coa", "nao sei quantos Coa"...por ai!? =P
Eu gosto!

Santas terrinhas sao a paz, e esta nao deve fugir á regra!!

=D


Vivam os bailaricos e os emigrantes
xD

*
(quanto ao tesouro, esse é tanga, melhor é a propria parada =P )
De Daniel Palos a 14 de Setembro de 2007 às 23:37
Bem, esta história de que o nome tinha vindo da altura das invasões não conhecia. Conhecia apenas as história dos romanos (como deves saber há vestígios de um cemitério romano ao pé do actual) e do tempo dos Reis.

Ah, e eu já entrei na Lapa Escura...não foi bem à procura de tesouros....mas seja como for, não vi lá nada :-)
De André a 8 de Dezembro de 2007 às 14:45
De facto é terrível a noção de perder o que se quer guardar pelo motivo menos esperado. Ainda assim, a ideia de um tesouro fica sempre bem! Aumenta imenso a mística do local!

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